Carina Damm, 33 anos, Lutadora de MMA
EU: Como você conheceu e decidiu entrar na luta?
Carina: Eu luto desde criancinha, quando eu já brincava de lutinha em casa com meu irmão Rodrigo Damm, quando eu tinha 14 anos conheci a capoeira assistindo uma roda e me apaixonei pela arte, logo comecei a praticar e na mesma semana fui assistir um campeonato de Jiu jitsu e vi umas meninas competindo e fiquei empolgada para fazer também, então me matriculei numa academia e não parei mais.
EU: Fale da sua carreira. Quantas lutas? Quais as modalidades? Quantos títulos?
Carina: Eu tenho 18 anos de carreira, comecei treinando e um mês apos eu já estava competindo e ganhando minha primeira medalha no estadual de Jiu jitsu no meu Estado*ES.
Consegui me destacar no Jiu jitsu, pois comecei numa boa idade e competia com as meninas mais pesadas e mais velhas que eu também e mesmo quando o resultado não era o que eu esperava eu não desistia, treinava mais para conseguir vencer na próxima. Na capoeira eu desenvolvi muitas habilidades, parece ser algo que estava dentro de mim e hoje sou contra mestre de capoeira e faixa preta de Jiu jitsu.
Hoje sou lutadora profissional de MMA *mistura de artes marciais, pois eu treinava capoeira, Jiu jitsu e westling e em todas as 3 modalidades eu me destacava ,foi quando meu mestre de capoeira o lendário Mestre capixaba me disse que eu deveria lutar MMA, pois o meu estilo pedia isso, 3 meses depois eu já estava fazendo minha estreia no MMA, isso em 2004,venci meu primeiro combate e não parei mais, hoje moro com meu marido Luís Santos sapo, também lutador em Miami e treino e respiro Luta!!
No MMA tenho 24 combates e 18 vitorias, sou a 5 do ranking mundial na minha categoria.
Eu: Fale do seu treino. Sua rotina de treino. Como relaciona treino e vida pessoal.
Carina: Eu treino todos os dias, só descanso aos domingos.
Faço dois treinos fortes por dia, cada um dura de 2 a 3 horas, onde durante a semana dividimos em treinos de Jiu jitsu, westling, muay thai, boxe e preparação física.
Apesar de ser mulher, treino mais com homens, por que no profissional ainda temos pouca frequência de mulheres.
A minha vida pessoal eu não misturo no treino, apesar de ter como uns dos meus treinadores meu marido e meu irmão, quando estou na academia gosto de ser tratada como profissional e não como esposa ou irmã e tenho disciplina de me comportar dessa maneira também.
Eu jamais deixo de ir treinar para fazer qualquer outra coisa, pois treinar é meu trabalho e lutando é como consigo meu dinheiro e meus títulos.
Eu: Foi difícil lidar com o machismo e os preconceitos de ser uma mulher lutadora?
Carina: Foi muito difícil, já fui chamada de ridícula, fraca, essa ai está querendo aparecer etc., e apenas conseguir vencer esse preconceito com muito treino e dedicação, para chegar nos combates e conquistar a vitória.
Eu: Os homens ficam incomodados com o fato de você ser uma boa lutadora?
Carina: Alguns já ficaram sim, já teve gente que não quis treinar comigo, com medo de perder para uma mulher.
Eu: Como é ser lutadora e ser mulher?
Carina: Acho incrível minha profissão maravilhosa, linda. Amo ser lutadora, amo treinar, MMA, Jiu jitsu, muay thai, capoeira, a arte marcial em si, os fundamentos, a disciplina e treinamento é fantástico.
Eu: Qual é seu maior desejo hoje?
Carina: Continuar lutando, está sempre competindo e divulgando a luta feminina.
Eu: Você se liga em moda, curte tendências?
Carina: Claro que sim. Amo moda, acompanho desfiles, tendências, porém eu tenho meu estilo e tênis e cabelo amarrado apenas para academia, pois sempre carrego na minha bolsa meu salto alto!
Eu: No seu dia-a-dia costuma se maquiar, tem algum ritual de beleza?
Eu jamais saio de casa sem passar rímel e gloss, seja para passear, treinar ou qualquer outra ocasião. Sou mulher acima de tudo.
Eu: Ser lutadora é sinônimo de ser anti-feminina?
Carina: Poxa então eu sou uma anti-feminina super gay, kkkk, pois uso roupa rosa para competir, passo maquiagem e faço Maria Chiquinha no meu cabelo, sou conhecida no mundo inteiro como a Barbie dos ringues e não abro mão disso de jeito nenhum, agora se o assunto for luta eu viro uma verdadeira fera.
Nós mulheres temos que parar de aceitar o que foi imposto para nós desde que nascemos, que luta e bola é coisa de menino e boneca é para meninas, não, temos o direito de atuar na área que escolhemos e por mais difícil que pareça ser, não é impossível. Muita gente já me disse para eu desistir e eu jamais dei ouvidos a isso, posso dizer que sou muito feliz na minha profissão, pois tenho reconhecimento do meu trabalho apesar de todo o preconceito.
Meninas acreditem se dediquem e jamais deixem que alguém fale que vocês não irão conseguir!
PARABENS CARINA VC É SHOW!
ResponderExcluirVc é muito boa, ja vi alguns vídeos seu na net, parabens.
ResponderExcluirLuta bem e é uma gata, boa sorte ai nas lutas!
dô mó valor por isso q eu estou nessa vida ja tenho 1 ano parada e vou voltar a treinar
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